O surgimento de surtos de varíola dos macacos tem despertado preocupação entre os brasileiros sobre a possibilidade de casos da doença serem identificados no país. Até o momento, já foram confirmados mais de 100 casos, em pelo menos 16 países fora da África. O Brasil não tem registro da doença ainda, mas o vírus foi identificado em um brasileiro de 26 anos na Alemanha, vindo de Portugal, após passar pela Espanha.
Para epidemiologistas, os casos podem ser identificados pelo Brasil, em breve. “A varíola de macacos pode chegar ao Brasil em pouco tempo. É possível até mesmo que alguma pessoa infectada já tenha entrado no país, vinda dos locais onde há casos”, afirma a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Na epidemiologia de doenças infecciosas, uma doença transmitida por contato e gotículas respiratórias pode demorar o tempo de um voo para se espalhar. Ou seja, se alguém contaminado desembarca no Brasil, não é diagnosticado e não faz isolamento em tempo oportuno, a doença pode, sim, começar a ser transmitida.
O epidemiologista Eliseu Waldman, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP alerta para a necessidade da identificação de casos suspeitos o mais rápido possível. “A população e os profissionais de saúde precisam ser alertados para notificar casos suspeitos. O sintoma mais marcante são lesões vesiculares, do tipo que se verifica na catapora, mas muito mais intensas”, diz.
Sintomas
Além das lesões, os sintomas da varíola dos macacos incluem febre, dor de cabeça, dor nas costas ou musculares, inflamações nos nódulos linfáticos, calafrio e exaustão. Nesse processo, pode surgir a coceira, geralmente começando no rosto e depois se espalhando por outras partes do corpo, principalmente nas mãos e sola do pé.