Acabou a folia momesca e o confronto dos prefeitos pela disputa de quem coloca mais foliões em seus circuitos. Ao final da disputa, os vencedores foram artistas nacionais que embolsaram cachês gigantescos e as empresas contratadas para a estrutura. No caso de São Luís, Juju e Cacaia, depois de idas e voltas e uma contratação pra lá de duvidosa, ficou com o contrato de R$ 6,9 milhões.
Passada a folia chegou a hora dos gestores focarem no que realmente interessa à população que volta a conviver com a realidade do dia-a-dia do transporte escolar caótico, hospitais lotados e ruas sem estrutura, cheia de buracos. Logicamente, a repercussão foi abafada pela folia. Mas agora, não há mais como abafar os problemas reais da população.
Timbiras tem um sistema de saúde e educação que clamam pelo investimento de milhões iguais ao gasto no carnaval. As ruas estão castigadas e tendem a ser ainda mais castigadas pelas chuvas nos próximos meses, sem que a cidade tenha sido preparada.
O sistema de transporte, escolar então, dispensa apresentações negativas, quase todos acabados, os alunos continua usando um transporte velho, e com um indicativo de piora.
Na zona rural são muitas estradas que precisam de melhorias, e de maior atenção para evitar tragédias em que paciente é levada em rede, devido a falta de estradas e ponte.
A educação avançou muito na questão da estrutura, das escolas, agora é hora de avançar na parte pedagógica, de currículo e de combate à evasão escolar para melhorar o Ideb. O saneamento é uma questão urgente, já que a Caema está em vias de falência e o governo precisa definir se privatiza de vez o sistema de água e esgoto e como será financiado o esgotamento e a estrutura de grande porte para o saneamento nos pequenos municípios.
Estas são só algumas das questões mais urgentes que a prefeitura deve disputar com o final da folia. Sem minimizar a importância do carnaval e da cadeia produtiva que ele gera. O problema é o gigantesco uso da festa como instrumento de propaganda política por parte dos gestores, o que fez o gasto subir estratosfericamente. Então, eles devem usar esta mesma empolgação em outras áreas.
A população voltará a ter cortina de fumaça sobre os problemas reais apenas no São João, quando os gestores podem voltar a usar uma festa popular como instrumento de propaganda política. Até lá, é preciso se concentrar nos problemas reais.