Doce infância.
E se ao menos hoje o tempo caminhasse para trás.
Se a luz da lamparina confrontasse os olhos fixos nas telas luminosas.
Se o cheiro de mato verde ainda fosse o tempero dos dias.
Tempo cruel
Manhãs infantis de domingo
Rodas de conversa
Pai , mãe
Para nunca mais.
A palavra mais dura seguida de um “sim senhor”
Colo, refúgio nas tempestades de raios e trovões a iluminar os céus.
Fogareiro, brasa, almoço posto a mesa
O sol adentrando na janela.
La fora, os dias apressavam-se sem eu perceber
Faceiramente, um após o outro, e mais outro.
A bodega de antiguarias, o campinho de futebol no quintal, os amigos de infância do tempo que a vida era bem mais despretensiosa .
Na parede, a fotografia envelhecida me diz:
Tempos que não voltam mais.
@walterli.lima Colunista do Blog do professor Gil.