Olho em minha volta.
As folhas alegremente sacudidas pelo vento sem a certeza de existirem como coisa real e viva.
O animal inconscientemente perambula na rotina cega do seu dia a procura de comida e abrigo . Isto lhe basta para toda sua existência.
Um dia deixarão de existir sem a angústia do medo de abandonar a vida.
E quanto ao homem?
Eréto, pensador, construtor de sonhos e cidades de luzes sempre acesas , entre todos os entes vivos é o único que tem a inteira noção de sua existência: nascer, crescer e morrer.
E por tal percepção carrega consigo a angústia da certeza do que lhe aguarda mais a frente .
A noção de infinito limita o pensamento do homem e o torna infeliz.
Não basta o vento soprando os cabelos, o pão sobre a mesa e uma cama quente.
A perfeita idéia de existir exige muito mais .
As múltiplas escolhas, os virtuosos caminhos dos triunfos , as luzes acesas em cidades que nunca dormem.
Há um universo inteiro para ser conquistado.
E a vida pesada de ser vivida perde-se lentamente entre vontades, angústias e inspirações insaciáveis.
E quando se vê passou o fim de semana , passaram-se os anos e outros anos e de cabeças tingidas de branco lamentam como foram curtos os dias.
O voraz desejo de ganhar a vida e o temor da certeza infalível de perdê-la nos impede de vivê-la em toda sua plenitude.
Vejam.
São pássaros colorindo o céu na liberdade e inteireza de não terem aonde ir .
Prof. Walterli Lima