COLUNA DO PROFESSOR WALTERLI LIMA

Paro e olho o mundo com uma clareza que me cega os olhos
Não num contesto temporal que delimita o meu redor
O tempo é cerca estreita aos pensamentos sem fronteiras
Angústia açoitada pelo degredo de ser, do simples fato de existir
Existir é carga arrastada em estrada de terra na noite escura.
Ando pela casa, vejo os livros na estante
Quantas idéias e sonhos empoeirados?
Ideias e sonhos de gente real, tão real quanto o inexistente do agora
O homem não é nada mais que a sequência de outro homem
Um brinquedo que mais tarde deseja um outro
Por mais que imagine ser
Filosofia e literatura, mães que não me deixam mentir.
Quem sou eu?
Envergonha-me tal resposta
O silêncio gritado nas entrelinhas
O eu por trás do que nunca fui e do que sonho ser
Do que não seria um dia.
Quantos outros iguais a mim?
Inúteis homens mortais
Onde está Deus que não responde vossas preces?
Ainda creio! Ainda quero crer
Se o bem e mal se opõe porque não há tamanha distinção para que meus olhos possam posam enxergar?
Os animais são mais felizes do que eu.
Sobre mim cai o fardo pesado da clareza gritada nos olhos dos que não podem ver.

Walterli Lima

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