E tu, bem-te-vi, que só sabes o que é sorrir.
Liberdade custa caro.
Eu, prisioneiro.
Eu, desatino.
Tu, que voas sem pátria nem destino,
De asas ao vento, entregue ao relento, ao deus-dará.
E Deus me dará sorte igual?
Eu, viajante errante, não serei mais do que tu.
Tu, que és livre, de trajes coloridos e asas ao vento,
Sem correntes, nem prisão.
Eu, ser pensante, da existência um problema, recluso.
E tu, na tua pequenez, vais ao mar, enquanto eu, com minhas manias de grandeza, fico a ver navios.
Eu, preso ao mundo, não sei voar.
Walterli Lima