Coluna do Professor Walterli Lima

E tu, bem-te-vi, que só sabes o que é sorrir.

Liberdade custa caro.

Eu, prisioneiro.

Eu, desatino.

Tu, que voas sem pátria nem destino,

De asas ao vento, entregue ao relento, ao deus-dará.

E Deus me dará sorte igual?

Eu, viajante errante, não serei mais do que tu.

Tu, que és livre, de trajes coloridos e asas ao vento,

Sem correntes, nem prisão.

Eu, ser pensante, da existência um problema, recluso.

E tu, na tua pequenez, vais ao mar, enquanto eu, com minhas manias de grandeza, fico a ver navios.

Eu, preso ao mundo, não sei voar.

Walterli Lima

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