Tórpidos tempos modernos do deus capital
Máculas mãos mundanas manchadas pelo vil metal
A esperteza, o acordo
Poeira varrida para debaixo do tapete no centro da sala.
Gritos e sussuros
Migalhas e milhões
O padre, o pastor, o político
E onde fica Deus nessa encruzilhada?
A cruz é para os inocentes
A primeira pedra
O olhar renegado
Não há mais lugar para os de boas intensões
Pergunto-me se ouve algum dia.
Meras marionetes
A mão manobra a multidão
Quem é mais justa ?
A mão que manobra ou a multidão faminta de desejos insanos?
A bandeira do poder trêmula mais alto que a da razão
E assim, a humanidade caminha cegamente para o abismo sem ao menos perceber o próprio declínio
E se não vê, não sente
E se não sente, é como se não fosse real.
Naturalizou-se o ato ímpio
Naturalizou-se o ódio
E não é apenas o ódio no sentido implícito da palavra
É a falta de amor, de empatia ao que lhe avizinha
A dor que dói no outro não dói em mim
Aos olhos do mundo só interessa a lei do deus capital, e nada mais.
@walterli.lima