COLUNA DO PROFESSOR WALTERLI LIMA: PECADO ORIGINAL

Eu sou o que resta da batalha perdida
O grito que ecoa no fundo do poço sozinho
A fome no prato vazio.
Eu sou a dor da partida sem volta
O escuto da noite sem fim.
Mentiras, mazelas, morticínio
Tenho medo do espelho.
Eu sou a ignorância que cega
A fé que aprisiona a alma
A tormenta que mutila o corpo cansado
A chaga alastrada no silêncio.
Eu sou o mal maquiado nas entrelinhas
A falsa palavra que salta da boca
O ranger de dentes dos que sentem dor.
Eu sou o desamparo da criança abandonada na rua
A indigência do mendigo na calçada
A insensatez do que promove a fome.
Eu não sou só
Sou milhares, sou milhões
Sou o mal enraizado na carne
O lado oculto da humanidade
A falta de amor.
Eu sou o doce pecado da maçã do Éden
A mão que apedreja
A boca que nega a verdade
O sangue na ponta da lança
Eu sou a morte espreitando a vida.
Apocalipse.
Eu fui, eu era, eu sou
Estou em todos os arredores do mundo
Em todos os tempos
No início, no meio e no fim.

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