NAVIO NEGREIRO
Nos porões dos navios negreiros
Vagueando na gigantesca lâmina azul
Vidas decepadas no sobe e desce das ondas.
Correntes em voltas da pele escura
Envoltas vontades dos senhores
Encarceram o corpo
Aprisionam a alma
Homem, bicho, de menor valor
Sem rumo, sem pátria
Ao deus-dará.
Se Deus aportasse na Terra nos porões de navios negreiros
Vestido de pele negra no corpo
Perderia milhões de seguidores.
Mas não.
Deus não é negro, nem branco, nem amarelo
É somente coração.
E quem de pés firmes sobre a terra também o será?
Navios, porões e senzalas
Ruas, guetos e favelas
Quantos Palmares, Mandelas e Luther Kings ainda terão que surgir?
Prof. Walterli lima