Cada cabeça uma sentença
Cada sentença uma afirmação, um ponto final
Verdadeiras e frágeis afirmações feito o pôr-do-sol que se desfaz lentamente no horizonte
Há tantas certezas nos que tudo pensam saber
E um universo inteiro de dúvidas sobre nossas cabeças.
O homem conta dinheiro no canto do quarto, sozinho
O mendigo aguarda a mão estendida, em vão
A criança cai em gargalhadas por nada saber e se nada sabe, nada existe.
Muros imaginários se agigantam diante de nós
O muro do capital nos ordena
O muro da fé nos segrega
O da cor da pele nos grita que não somos iguais
São muitas as paredes que nos separam
No mundo de um só homem todos são reis de si mesmos
E assim se alimenta o insaciável ego humano
Toda nossa insensatez
Toda nossa pequenice
Todo nosso ódio
A aversão ao que não se vê no espelho
São indiferentes as palavras que saltam da boca alheia mesmo exalando o odor inigualável da verdade
O homem é o mais egoísta de todos os seres sem dar-se conta que na natureza há uma inevitável coexistência que sustenta o ciclo perfeito da vida.
Estamos todos fadados ao fracasso cravados pelo punhal em nossas próprias mãos.
@walterli.lima