A humanidade acostumou-se às mazelas do mundo
Talvez para esquecer a dor.
Talvez porque já não haja mais saídas a não ser aceita-las complacentemente.
Talvez pelo medo inconsciente de perceber-se parte do caos.
O mal é ainda mais infesto quando banalizado veste naturalmente a roupa da rotina, como o café da manhã, o passeio no parque ou escovar os dentes diante do espelho.
É perigoso atravessar a rua.
É perigoso envolver-se de verdades.
É perigoso encarar a maldade nos olhos.
Já não temos forças para indignações com o sangue derramado nas ruas, com a fome indigente de milhões, com o enjoo dos dias sempre iguais.
Fala-se em apocalipse da humanidade como escusa oculta dos próprios erros.
Talvez, fosse hora de recomeçar, de repensar as ideias , de reinventar e renascer para o novo.
E daí, fazer surgir um mundo um pouco melhor, um mundo com menos fome, com menos injustiças e artificialidades.
Um mundo em que a humanidade seja antes de tudo um pouco mais humana.