Meus honorários me dizem não conte comigo, já temos outros planos, a me gastar comigo mesmo. Minhas ofertas se recusam a ir à vitrine, pois já não são isso mais, querem ser dona de si. A profissão se silencia, cansou de ser chamada, jamais executada.
O ato sufrágio se irrita, do mais do mesmo, de ser leal na escolha e de ser afanado no prato na prática. O meu querer agora tem vida própria, sem manobras. Isca, não me é mais atrativo, meu eu é completo, tem vida e sonha por si. Meu eu se recusa a fabricar defesas que destrói minha paixão, minha força de viver, sem ser eu mesmo, envelopado em caixa moldada de ofertas que a mim não representa.
As flores não querem mais ser surpresas a quem nem a elas sentem, despesas, esnobam; elas de tristes caem o semblante, sem encanto jogadas num tal canto. Elas se desesperam pra dizer o que nunca se é dito, apenas maquiado.
Os elogios se reprimem de ser dito, a ser sufocado pelas mordazes e vontades, do grotesco, do rude. Eles se lapidam para ser dito, mas sua forma suave, em almas efusas, é como as cores sem cores. É como um palhaço sem ritmo de risadas, sem equilíbrio para rir de si mesmo.
A despedida se recusa a ficar. Ficar num coração farpado de cicatrizes que tudo sangra e faz sangrar. Junto com as frases, as palavras, tudo que lembra o que se foi, se recusam a ficar, ficar pra quê?
O lixo, a lixeira a espera?
O dislate da epificidade a devorar ?
Os sentidos covardes, insanos sem limites, exalam com espaço só para si.